segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Empresários fracos e os Chibo Velho

Uma das acusações que em qualquer conversa com malta de esquerda vem à tona é a de que os nossos empresários são fracos e o estado tem que se lhes substituir.

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Os empresários são como toda a gente. Procuram fixar-se onde são bem-vindos, onde lhes não infernizam a vida, onde podem criar projectos e destrui-los caso não tenha pés para andar (implicando despedimentos) para logo criar outros, onde a regulamentação lhes permita não só criatividade como criatividade aos trabalhadores, onde a sua actividade de empresário e de cidadão individual não sejam misturadas pelo estado, onde a justiça lhes permita cobrar a quem não paga (sendo cobrados caso façam o mesmo), onde a segurança os não faça alvo de "voluntários" protectores, onde não exista um tentáculo do estado a cada negócio, onde a concorrência seja leal (não haja empresas de regime ou monopólios), onde os lucros da actividade não sejam encarados como mais-valias a nacionalizar. Portugal não preenche nenhum destes requisitos e a "europa" não preenche a maioria deles. Um regime onde reinem estas características chama-se liberal.

Que sobra a Portugal? O empresário que tem que ganhar tudo num foguete e num foguete fazer 'desaparecer' esse lucro, o empresário que usa empresas para concentrar prejuízos fechando-a após um interminável processo de salários em atraso, misturar-se nas teias-de-aranha do estado onde, manobrando com mais flexibilidade, destrona a dona da teia, misturar-se com partidos, deputados, autarcas, etc, por forma a ancorar-se no regime e na generalidade dos portugueses sem que mais valia significativa daí advenha, manobrar, usar os 'bons contactos' para infernizar a vida a empresas que não joguem no baralho oficial, fazer 'aparecer' legislação (para que serviriam as âncoras ferradas no regime?) adequada ao seu caso e a cada um dos seus negócios. Chama-se a este regime, crroy-capitalism ou capitalismo doentio.

O capitalismo doentio, pode ser encarado de outra forma, e é esta outra forma que interessa ao ponto de vista do votante: o desastre de um regime que puxando os cordelinhos a interpostas empresas que supõe controlar sem ser controlado, pretende toda a sociedade indirectamente mas de rédea curta dirigir. Este controlo redunda num descontrolo porque os governos não conseguem ser tão competentes quanto as empresas a defender o que a cada um diz respeito. Trata-se de um regime socialista, socializante, nacionalizante, que mantêm a propriedade provada como fachada para o sistemático desbaratar do dinheiro do contribuinte em medidas timoneiras como quem deixa açúcar junto a um carreiro de formigas.

Ao povo, hoje dito "geração mais bem formada" soa bem! É o estado a fazer o seu papel, a fazer o que os ignorantes, incompetentes capitalistas de casino não sabem fazer por só pensarem neles.

Este segundo regime tropeça sistematicamente em dois percalços: nunca dá origem ao tipo de empresas que o sua mais aguerrida militância defensora reclama, a empresas que paguem adequadamente aos funcionários e a fornecedores, paguem impostos e progridam sem o adubo do contribuinte, e acaba a patinar afogado em dívidas.

Porque deve interessar ao votante a estirpe do comportamento do governo e não das empresas que dele tiram partido? Porque o cidadão não vota em empresas. A tentativa de deslocar a conversa, sob  forma de culpa, sistematicamente, para os empresários, é cortina de fumo que pretende não mais que desviara a atenção para as consequências da inevitável má governação de cariz socializante e nacionalizante, não para defesa da democracia mas para a menorizar e reclamar ainda mais controlo estatal, mais socialismo, mais nacionalização. A nacionalização não precisa ser da propriedade propriamente dita, basta regulamentar métodos e comportamentos e aturar às empresas 'recalcitrantes' os cães de fila (ASAEs) "fiscalizadores". As empresas de regime manobram na teia de aranha e as outras desaparecem ou afastam-se. Sobra a tralha, auto-coordenda em sessões de bruxas e aventais.


Não sei se o país não estará já irremediavelmente habituado a viver no reino das 400 bruxas que rejeite um governo capaz de mandar ao ar umas tantas caralhadas. Este, anda demasiado delicodoce e arrisca-se a ficar na história como mais um chibo velho a que seguirá mais uma Internacional de chibos velhos. Eles andem aí.

1 comentário:

Joaquim Simões disse...

http://boasnoticias.pt//noticia.php?noticia=_12592


"Quando chegámos ao Alentejo era tudo muito primitivo. Nada tinha mudado muito desde os anos 30 ou 40, quando os habitantes usavam cavalos e mulas para transporte por estradas sujas e empoeiradas", recordou. Embora a região se tenha desenvolvido, o espaço onde a Quinta resiste continua a ser um cantinho isolado entre os planaltos alentejanos e, para McClintock, essa é uma vantagem e um prazer.

"Estamos um pouco afastados de tudo, mas praticamente todas as noites fazemos grandes jantares na Quinta e acolhemos pessoas de todo o mundo", desvenda, admitindo que uma das maiores dificuldades é publicitar o negócio.

A burocracia é, aliás, o grande defeito de Portugal na opinião do britânico. "Demorei 18 anos a conseguir legalizar o edifício e a empresa. A maioria das pessoas acharia tanto tempo um exagero", lamentou, acrescentando, porém, que não se imagina a voltar a Inglaterra.