domingo, 21 de outubro de 2012

“Grécia vai vender alimentos fora do prazo a preço reduzido”



(imagem obtida aqui)


Este é o título da notícia que pode ser lida aqui, e que certamente irá entrar nos próximos discursos da esquerda, com o alarido que se imagina. Transcrevo-a, já agora:


Governo de Atenas promoveu a medida, que entra em vigor já na próxima semana.
Para travar a escalada do preço dos alimentos, o governo grego promoveu uma medida inédita: A partir desta semana, vão passar a ser vendidos bens alimentares fora do prazo de validade nos supermercados.
A medida permitirá reduzir o preço dos alimentos, numa altura de crise acentuada na Grécia na sequência das medidas de austeridade. Mas nem todos os alimentos serão abrangidos. É o caso da carne e dos lacticínios.
Os consumidores já criticaram a medida. Dizem que é uma clara admissão por parte do governo de que não consegue controlar a escalada do preço dos alimentos.

Ora tenho eu a dizer, a propósito disto, que, uns bons anos atrás, em conversa com um casal que viveu na Alemanha entre 1970 e 1998, a senhora me disse que, por lá, os supermercados tinham à venda, a preços mais em conta, alguns produtos cujo prazo de validade expirara, e que toda a gente os adquiria. Havia alguns que, como, por exemplo, o chocolate, ela não comprava porque, embora sem qualquer problema para a saúde, não gostava do sabor, mesmo que ainda apenas perto da data limite, embora houvesse gente cujo paladar não era sensível a essa mudança e que o levava para casa. E isto, dizia ela, porque "toda a gente sabia" que a validade desses produtos termina pelo menos uns dois meses depois da data afixada na embalagem, a qual se refere somente à alteração de estrutura ou gosto.
E isto lembrou-me outra coisa que me disse um amigo há uns dias. Num livro que leu recentemente, em que se dava conta do relato da viagem de um rico comerciante veneziano do século XVI ao que viria a ser a Alemanha, este referia-se não apenas à prosperidade nascente de um território ainda pobre mas também à surpreendente frugalidade dos abastados homens de negócios alemães.
E ainda uma outra. Disse-me também, recentemente, um alemão, aí dos seus setenta anos, casado com uma portuguesa, e que  - embora com algum tempo de estadia no Japão e visitas regulares de trabalho ao seu país -  reside sobretudo em Portugal desde a década de sessenta, que se sentiu chocado por, na mais recente visita que fez à sua terra natal, uma pequena cidade medieval, haver encontrado mendigos nas ruas, tanto estrangeiros como alemães.
Deixo as conclusões para quem ache dever retirá-las.

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